domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sobre o que não posso escrever



*

Nessas tardes
em que o vento faz escarcéu
com as folhas barulhentas
da palmeira

O primeiro apontar de uma estrela
não poderá nunca
ser notado

O nascer da estrela
solitária
embriagada de frio e beleza,
é a alma quieta,
e não poderá entusiasmar,
não será declamado em versos,
nem transformado em dores
pelas dores inquietas do poeta

E ela aponta
no sétimo céu
enquanto esse vento quente
continua a fazer alarido

E se surgem astros oníricos
que habitam tuas ilusões mais doces,
assim como a luz dessa estrela
habitando tão longe,
não poderei perceber
nem descrever teu sonhar

Teus sonhos ecoam longe,
longe demais,
para que possam me inspirar.


(Jessiely Soares)

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