domingo, 10 de fevereiro de 2008

Anjos & Malditos.



Eu,

Homem nascido de homem,Fui mais um sonho de Deus,Era eu,O mais forte dos homens,
O mais persistente e, Um dos mais capazes.

Eu era um dos “300”,
E não sabia pelo que lutava,

Dinheiro?
Sucesso?,
Talvez.(...),
Reconhecimento e um lugar que chamasse de “meu”.

Eu via a poesia,
Mas apenas ela pulsava em mim,
Passei a pulsar nela,
Quando então o Senhor dos Céus,
Tornou sentido ao que eu buscava sem saber..

“Me deu um dos seus mais belos anjos”

Quão belas asas,
E adorava vê-la voar..
Tocam os pés deste anjo,
A superfície da mais rara beleza.

Nada foi dado entre os homens,
O que o Senhor me deu(...),
E não foi difundido na terra,
Todo o amor que era mantido apenas no paraíso,
Mas por benção derramado em dois corações.

Disse-me sem que nenhuma voz fizesse ouvir :

“Guarda, protege,cultiva, honra, doe para o anjo que fiz somente para ti”,

E, ele retribuirá com o mais belo sorriso, que te lembrará que és meu.

Será a paz dos teus dias,
A força que tu acreditava em ter,
A luta com razão pelo justo e devido,
Serás tu, como um rei, só por chamá-la de “tua mulher”.

E, então, esta é tua essência e poesia.

Em a única e maior prova de amor,
Que este anjo me deu,
Foi despir-se de suas asas,
Para que pudesse viver com este homem,
Entre a vida dos homens.

Por mais que já caminhasse pela terra,
Meus olhos não viam máculas em sua existência,
E de um passado soberbo e cheio de altivez,
Fui perdoado,
Apagado de minha lembrança,
Como se jamais estivesse constado no Grande Livro da Vida.

Foi este meu perdão,
Por viver tão erroneamente,
Pensando fazer tudo certo,
E acreditando que “sim” estava.

Mas(...),
Minha salvação foi tida por este anjo,
Que sem me apontar,
Mostrou-me o caminho, por tudo quanto,
Deu-me sem mesmo querer,
As coordenadas em meu coração,
Passo á passo, dia á dia, minuto por minuto.

“Não será fácil, sê forte e honre todos os minutos que lhe presto”.

E, começou daí a grande jornada, que por mais estreita,
Difícil de pisar, com alegria “saltitava”,
Entoando cânticos de louvor que cabiam perfeitamente em um,

“Eu te amo”.

Mas terrível é a natureza dos homens,
Que o tornam apenas poeira e pó,
Não sendo dignos de qualquer sopro Divino,
E tão pouco de um presente vindo das próprias mãos do Criador.

Como diversas vezes,
O Anjo quis voltar ao seu lugar,
Entre as sagradas trombetas,
E o imenso azul límpido jamais por qualquer terreno admirado.

Minha natureza egoísta por diversas vezes,
“Aprisionou o anjo nas grades do coração”,
Sem intenção de feri-lo,
Mas não querendo também deixar me fazer,
Sentir tanta dor com sua partida.

Em um destes terríveis momentos,
Onde queimavam até mesmo os ossos,
Na mais quente caldeira da solidão causada,
Pela falta da “voz” e “luz” deste anjo,
Foi onde desnorteado,
Sem sul ou norte,
Perdido de leste á oeste,
Que não clamei pelo Pai do Céu,
Dobrando os joelhos,
E fui ter com um pequenino “Demônio”.

Na fuga de tal dor,
Onde já o raciocínio,
“Cegava”,
E não havia compreensão das,
Dores mistas á estúpida revolta,
Não atentei aos mandamentos que me foram incumbidos,
E sentei-me com o demônio.

Os sintomas que por não querer acreditar,
Que o Anjo havia tomado as asas de volta,
E, desta vez, não observaria voar novamente,
E acreditando no vazio desprezo de seu abandono,
Pequei(...),
E proferi palavras sem sentido, sentimento, e sem razão de ser,
Ao pequeno “Demônio” que deste se alimentou,
E tão vorazmente,
Triplicaram-se todas as dores que já possuía.

Deus do topo,
Em seu trono,
Pediu ao Anjo,
Para que retornasse á esfera de minha vida,

“Ele atendeu”.

Mas, viu o anjo que nos meus olhos,
Por mais alegria e felicidade de vê-lo,
Havia uma sombra, que ele não reconhecia.

“Que fizeste que vejo tua luz, mas antes não havia sombra alguma?”.
Indagou e replicou o anjo,
Em minhas mãos segurava,
Em meu coração havia a forte necessidade,
De dizer-lhe toda a verdade,
De um insano ato,
Que levou ao homem cair,
E por medo do anjo não atentar mais ao amor que lhes foram dados,
O homem pecou pela primeira vez e neste momento, não disse todas,
As linhas de seu arrependimento.

A noite caiu,
O homem não dormiu e o Anjo,
Se perguntava :

“Aonde meu amado errou?”

Eu, este homem,
Errei pela dor da perda,
Pela cegueira de deixar de notar,
Que o anjo retornaria,
Porque ele também já não ouvia,
Todas as súplicas,
E não via a mais profunda dor,
Que me deixou.
Mas o anjo retornaria,
E, eu, não vi esta possibilidade naquele momento,
De todo o esplendor dos Céus ocuparem o lugar novamente devido.

E, por alguns momentos,
Deus me agraciou com a volta do Anjo,
E mais uma vez feliz,
Mas expiando toda aquela culpa,
Não poderia mais negar ao anjo de minha vida.

Disse-lhe toda verdade.

E,
Feriu o anjo,
Ferindo enormemente o homem que o feriu.

Apunhalou-se o próprio homem,
Por ver tão maravilhoso anjo,
Escorrer uma lágrima,
E agora já não bebo mais do vinho(...),
Meu cálice já é das salgadas e pesadas,
Lágrima que, ocupam os olhos de quem viu todo o paraíso.

Foi-se o Anjo,
Para longe de mim.

Minha carne está cheia de abominação,
Vergonha são as paredes da cela escura,
Onde me encontro enclausurado.

Minha poesia,
Perderam-se as mãos e a língua,
Já são negros os olhos.

Então arranquei os olhos,
Para deixar de ver,
Tanto clamor que Deus já não escuta.

Mas,
A luz do anjo, brilha dentro do maldito homem,
E, nem arrancando os olhos, esta luz,
Deixa de me ofuscar com a paz que perdi.

Já não sou bem – vindo aonde quer que vá,
E nem precisam nada dizer,
Há uma inscrição no peito :

“Maldito!”.

Pois, envergonhou todas as gerações de seu nome,
E, ele já não uso mais,
Pois lançou fora o anjo de seu nome,
E até da primeira geração de meus filhos,
Envergonhei.

Sentado com os joelhos no rosto,
No fundo da cela escura,
Ilhado pela dor,
Há uma porta que só ao Anjo o direito foi dado,
De abri-la(...),
Mas ao Anjo a dúvida, pois ainda ama o homem, e o homem o ama :

Abrirei a porta, mas, sairá dela para ter mais uma vez um punhal?

O anjo sabe a resposta:
“Não, pois minha penitência é um julgo que não tenho ombros para carregar”.
E, terei eu, de reconquistar o que foi quebrado ao anjo,
Dando-lhe cousas novas, que á somente ele é de direito,
E, intocáveis, se não por suas mãos.
E, não terá qualquer sacrifício ou empenho suficiente até conseguí-lo,
Ao sorriso que lembra todas as perfeições do Deus vivo,
Brilharem novamente para mim.

Então de um , dois milagres :

“Salva-me, para o amor que jamais termina”.

Ou,

“Que o milagre de eu, este homem , nunca ter existido, aconteça”.

Thiago Henrique

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