quarta-feira, 14 de maio de 2008

da cidade insonolenta


amanheceu.

e me parece que a cidade
ainda não dormiu.

podia ter aproveitado
a menor quantidade
de bêbados

inconscientizando
a consciência
e vice-verseando
também.

mas as ruas amanheceram
com poças de olheiras
deixadas pela insônia
da chuva.

para a cidade,
a chuva nada mais é
do que corrente
de pensamentos
incoerentes.
e enche tanto

que o resultado
é um ritmo lento
do trânsito.

André Espínola

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