"No quarto, entreguei-me por completo a mim, beijando onde podia e cabia e delineando a entrega do que me tinha, me possuí com completude e vigor.
Me despedi quando já amanhecia e prometi me ligar assim que pudesse. Fui." (Muryel)
"[...]no cinzel fui entalhando tuas curvas, no fio d água fui polindo teu corpo, da turmalina ferrosa lapidei teus olhos, roubei duas penas do tié e fiz teus lábios, banhei-te em flores de manacá..." (Robertón)
"Desejo o eterno gozar
De todas as suas princesas
Que morram como eu
De amor
De vileza" (Rita Medusa)
Mil cacos dela já vi pela casa
Depois da chuva embaçou por inteiro
Não ficou rosto, nem alma, nem asa" (Flávia)
"Mas eis que em mim
O frio dançava
Feito de orvalho e pedra
Entre o horizonte e o mar
Teu amor era a última morte
Anunciada" (Jessiely Soares)
"Cala teus medos pífios
Me poupe de tuas quimeras
Nesses tempos, nestas eras
Somos apenas bonecos
De gritos apenas os ecos.
O fim do fim da espera." (Ruy)
"Redenção dos penitentes
nua, expõe sem pudores
seu monte em chamas
que anseia por dores" (ukma)

"Jeito errado de amar, diriam as orgulhosas e as que sabem manejar uma relação, mas não fosse assim, não teria nada. Orgulho não cabe no meu amor." (Flá)
"Atrás de uma porta
você escondeu os seus amores.
Atrás de um amor
voce escondeu as suas portas." (ukma & Valéria)


Me despedi quando já amanhecia e prometi me ligar assim que pudesse. Fui." (Muryel)
"[...]no cinzel fui entalhando tuas curvas, no fio d água fui polindo teu corpo, da turmalina ferrosa lapidei teus olhos, roubei duas penas do tié e fiz teus lábios, banhei-te em flores de manacá..." (Robertón)
"Desejo o eterno gozar
De todas as suas princesas
Que morram como eu
De amor
De vileza" (Rita Medusa)
"Sempre com suas conversas quase mitológicas, a espuma do mar que era a porra de Cronos". (Juliano Guerra)
"Quem é aquela pessoa ali no espelho?Mil cacos dela já vi pela casa
Depois da chuva embaçou por inteiro
Não ficou rosto, nem alma, nem asa" (Flávia)
"E de breve viveu a flor
Da hora de ser colhida,
Instante que foi morrendo
Descobriu o que era viver." (Leonardo Spoke)
"As mãos, ansiosas, acariciavam a lã grossa e macia. Porém, ao procurar por um quarto de pensão que, por poucos dias o seu dinheiro poderia pagar, ele ainda não sabia que aquele cobertor, a partir dali, seria o seu único e inseparável companheiro." (Véio China)Da hora de ser colhida,
Instante que foi morrendo
Descobriu o que era viver." (Leonardo Spoke)
"Sorria, meu anjo, nas asas do intento
Que a noite se afasta fechando a viagem
E o mundo te espera num grande tormento." (Vinicius - Mishkin)
Que a noite se afasta fechando a viagem
E o mundo te espera num grande tormento." (Vinicius - Mishkin)
"Mas eis que em mim
O frio dançava
Feito de orvalho e pedra
Entre o horizonte e o mar
Teu amor era a última morte
Anunciada" (Jessiely Soares)
"as luas contavam sua idade,
as mãos, que era improviso,
os olhos, que era a metade
do amor que sonhara indiviso." (Anderson H)
as mãos, que era improviso,
os olhos, que era a metade
do amor que sonhara indiviso." (Anderson H)
"Cala teus medos pífios
Me poupe de tuas quimeras
Nesses tempos, nestas eras
Somos apenas bonecos
De gritos apenas os ecos.
O fim do fim da espera." (Ruy)
"O que me perde pro céu
é esse meu grande rabo
endemoniado
e minhas coxas grossas..." (Flá )
é esse meu grande rabo
endemoniado
e minhas coxas grossas..." (Flá )
"Redenção dos penitentes
nua, expõe sem pudores
seu monte em chamas
que anseia por dores" (ukma)
DO AMOR (Trechos de Poemas dos autores do Bar do Escritor, por Ricardo Passos)

"O amor é tão bobo quanto o palhaço:
Pinta na face um sorriso embasbacado.
Faz eu cantarolar feito um sanhaço
Mesmo que nele, eu esteja engaiolado." (Ossip)
Pinta na face um sorriso embasbacado.
Faz eu cantarolar feito um sanhaço
Mesmo que nele, eu esteja engaiolado." (Ossip)
"Jeito errado de amar, diriam as orgulhosas e as que sabem manejar uma relação, mas não fosse assim, não teria nada. Orgulho não cabe no meu amor." (Flá)
"Hoje eu quero falar de amor
Mas parece que tudo já foi dito...
Já falaram de amor de tantas maneiras
Já disseram que ele é fogo e é bonito [...]" (Sirlei)
Mas parece que tudo já foi dito...
Já falaram de amor de tantas maneiras
Já disseram que ele é fogo e é bonito [...]" (Sirlei)
"Atrás de uma porta
você escondeu os seus amores.
Atrás de um amor
voce escondeu as suas portas." (ukma & Valéria)
"Em gestos
desatentos
como em passos
lentos de bolero
Num olhar cigano ou vagabundo
O sentimento
esperava calado
ao dobrar uma rua
O encontro foi silencioso
como num lance sereno
de ir e não ir,
ficar e partir.
Do jeito que se espera a vida inteira." (Jessiely Soares)
desatentos
como em passos
lentos de bolero
Num olhar cigano ou vagabundo
O sentimento
esperava calado
ao dobrar uma rua
O encontro foi silencioso
como num lance sereno
de ir e não ir,
ficar e partir.
Do jeito que se espera a vida inteira." (Jessiely Soares)
DA MORTE (Trechos de Poemas dos autores do Bar do Escritor, por Ricardo Passos)
"Ah morte, morte
Um brinde: à vida!
Saúde! Tim-tim!
Seja forte
Não chora
Aqui não é hora
Não fica assim..." (Robertón)
"Não nos importunarão novamente,
apenas a lança seguirá o seu caminho e
nos abaterá com o gélido vento da morte." (Véio China)
Um brinde: à vida!
Saúde! Tim-tim!
Seja forte
Não chora
Aqui não é hora
Não fica assim..." (Robertón)
"Morte
Lugar obscuro
Forte
Essa morte
Sempre vence" (Giovani)
Lugar obscuro
Forte
Essa morte
Sempre vence" (Giovani)
"Não nos importunarão novamente,
apenas a lança seguirá o seu caminho e
nos abaterá com o gélido vento da morte." (Véio China)
DA LOUCURA (Trechos de Poemas dos autores do Bar do Escritor, por Ricardo Passos)

"A loucura é santa quando produtiva
A loucura espanta quando explícita
A loucura espreme uma espinha viva
de pus e sonho no rosto da vida" (Flávia)
"Incauto,
sonho ser Deus
agarrado
a tua cintura
e subo
sem cinto
de segurança:
- caio
em estrofes
de loucura!" (Anderson H)

"cruzei a ponte pequena
dos últimos suspiros
intrigante, som perene
que se ouve da Piazza
de pombos famintos
roendo os mosaicos [...]" (Ivone)
"Meu corpo, curvas ao sabor da brisa,
Em meio a vasto e ostensivo festejo,
Segue a dança, contorce-se e desliza,
Qual taça transbordante de desejo.
Labirintos invisíveis descreve,
Uma estátua diáfana a bailar
Em mil volteios quietos e breves:
Musa feita pr’um poeta inspirar..." (Magmah)
"FALAVRA
de Guimarães
tatuei Rosa
mas não me entenderam
o traço
não importa
nos espinhos
descobri que sangro
em latim" (Muryel)
"Renascer
como teu ar,
teu corpo
percorrer,
e me alojar
em cada célula.
Vital ao teu viver." (Flá & Robertón)
"Se em minha face,
Como uma pintura
O rosa me invade
E me revela tímida
Se os meus lábios,
A minha unha,
O meu cabelo.
Coro como quiser." (Bárbara)
"O silêncio da noite
protege-me do açoite
que se inicia
à luz do dia.
Armado da pena,
sob o firmamento,
observo a cena.
O tempo pára
por um momento." (Wilson R)
"[...]no cinzel fui entalhando tuas curvas, no fio d água fui polindo teu corpo, da turmalina ferrosa lapidei teus olhos, roubei duas penas do tié e fiz teus lábios, banhei-te em flores de manacá..." (Robertón)
"O anzol não pode ser puxado
Arranca pedaços
E me quero intacta
E essa pedra que me prende os pés?
Espero...
Nem equívoco, nem amor
O dia que virá
Desconhece os cinzas da dor" (Ivone)
"Mas que como aquela serpente,
No vácuo de minha lembrança,
Consome-se mui lentamente
E a mim não deixará herança.
Entre o porvir e o vivido
A parte que pensava sonho
Não passou de fato nascido
Em meu desvanecer medonho." (Vinicius Mishkin)
"Dentre pinceladas expressivas da vida
Sangro as profundezas de meu tédio
Entre rabiscos de algum mau [bem] dito poema." (Fernando A.)
"Pesavam-me teus sorrisos
como sorrisos de pedra." (Liz)
"Não vê que te rasgo?
Debaixo de lençóis de lupanares
E das mais imundas asas
Que sonham possuir tuas costelas" (Rita Medusa)
"Se a hipnose me leva tão lúgubre
Chovem velhas mordidas
Nas vísceras moribundas
Retorço o véu da teima
E escrevo urgências veladas
Sem força no punho
Com ponta de espada
E caule sonâmbulo" (Rita Medusa)
"A morte no silêncio eu pressentia,
Nas insondáveis vagas da viagem
Em que parti ao sol daquele dia...
Fechei, soez, meus olhos à paisagem,
E sem palavras soube que morria.
Porém, o Verbo feito então imagem,
Ressuscitou-me para a poesia,
No lírico milagre da linguagem." (Eduardo)
"Frenéticas venezianas batem, abertas e esquecidas,
trazendo-me sensações nunca dantes sentidas.
O infundado terror em desdém da razão zombava,
enquanto eu, para mim mesmo, falava e falava:
“Tolo que sou! Tolo! Já ouvi ruídos iguais!
Deve ser apenas visita inconseqüente.
É só isto, e nada mais."(Wilson R.)
*******
Idealizador : Ricardo Passos
Fonte: Bar do Escritor
Autores: Escritores, que postam seu trabalho na comunidade "Bar do Escritor"
A loucura espanta quando explícita
A loucura espreme uma espinha viva
de pus e sonho no rosto da vida" (Flávia)
"Cheiro à azedo, me esfregando na hera do jardim da tia para catar o primeiro desgraçado. Néco faz a volta inteira e, animalizado, se põe de quatro a espreitar. O inimigo revida, vai circulando nosso desejo de morte, arrepiado com nosso fedor e possível crueldade. Eu avanço espartano, lança em punho e o coração barroco."(Juliano Guerra)
"Incauto,
sonho ser Deus
agarrado
a tua cintura
e subo
sem cinto
de segurança:
- caio
em estrofes
de loucura!" (Anderson H)
DAS BELAS IMAGENS (Trechos de Poemas dos autores do Bar do Escritor, por Ricardo Passos)

"Não tenho o Tejo nas mãos.
Tenho o Araguaia
Serpente
Que desce lenta
Engolindo as margens
Da paisagem que chora
Com sua passagem
Sem acenos
E sem volta." (Ivo)
Tenho o Araguaia
Serpente
Que desce lenta
Engolindo as margens
Da paisagem que chora
Com sua passagem
Sem acenos
E sem volta." (Ivo)
"cruzei a ponte pequena
dos últimos suspiros
intrigante, som perene
que se ouve da Piazza
de pombos famintos
roendo os mosaicos [...]" (Ivone)
"Se de pranto ou mero encanto
Cosi palavras sobre tua pele
Em matizes crus e alterados
Uma flor - de- lis deixei tatuada [...]" (Maria Júlia)
Cosi palavras sobre tua pele
Em matizes crus e alterados
Uma flor - de- lis deixei tatuada [...]" (Maria Júlia)
"Meu corpo, curvas ao sabor da brisa,
Em meio a vasto e ostensivo festejo,
Segue a dança, contorce-se e desliza,
Qual taça transbordante de desejo.
Labirintos invisíveis descreve,
Uma estátua diáfana a bailar
Em mil volteios quietos e breves:
Musa feita pr’um poeta inspirar..." (Magmah)
"Ópera ou polca, nada importa.
Nem sequer o silêncio aplaca
O vazio desta gruta torta;
Não faz som o bater d´estaca!" (Vinicius Mishkin)
Nem sequer o silêncio aplaca
O vazio desta gruta torta;
Não faz som o bater d´estaca!" (Vinicius Mishkin)
"FALAVRA
de Guimarães
tatuei Rosa
mas não me entenderam
o traço
não importa
nos espinhos
descobri que sangro
em latim" (Muryel)
"- lâmpadas vazias
penduradas nos postes
como corpo
inerte
numa forca -
Ascendam as tristezas
E deixem o pintor pintando!" (André Espínola)
penduradas nos postes
como corpo
inerte
numa forca -
Ascendam as tristezas
E deixem o pintor pintando!" (André Espínola)
"Renascer
como teu ar,
teu corpo
percorrer,
e me alojar
em cada célula.
Vital ao teu viver." (Flá & Robertón)
"Se em minha face,
Como uma pintura
O rosa me invade
E me revela tímida
Se os meus lábios,
A minha unha,
O meu cabelo.
Coro como quiser." (Bárbara)
"O silêncio da noite
protege-me do açoite
que se inicia
à luz do dia.
Armado da pena,
sob o firmamento,
observo a cena.
O tempo pára
por um momento." (Wilson R)
"[...]no cinzel fui entalhando tuas curvas, no fio d água fui polindo teu corpo, da turmalina ferrosa lapidei teus olhos, roubei duas penas do tié e fiz teus lábios, banhei-te em flores de manacá..." (Robertón)
"O anzol não pode ser puxado
Arranca pedaços
E me quero intacta
E essa pedra que me prende os pés?
Espero...
Nem equívoco, nem amor
O dia que virá
Desconhece os cinzas da dor" (Ivone)
"E te busco, sem contato.
Sem te arranhar, eu espero,
Te busco como, espero,
Com elegância, com gestos,
Palavras e manifestos
Que não te ofendam ou marquem.
Perdoe a ciclotimia
È só meu modo, meu dia,
A se esvair em lembrança
A se perpetuar em planos." (Ruy)
Sem te arranhar, eu espero,
Te busco como, espero,
Com elegância, com gestos,
Palavras e manifestos
Que não te ofendam ou marquem.
Perdoe a ciclotimia
È só meu modo, meu dia,
A se esvair em lembrança
A se perpetuar em planos." (Ruy)
"Mas que como aquela serpente,
No vácuo de minha lembrança,
Consome-se mui lentamente
E a mim não deixará herança.
Entre o porvir e o vivido
A parte que pensava sonho
Não passou de fato nascido
Em meu desvanecer medonho." (Vinicius Mishkin)
"Meu ombro e meu regaço são macios,
Empresto pro teu sono e teu descanso.
E sou também capaz de tecer fios,
Pra te trazer pra cá, pro meu remanso." (Magmah)
Empresto pro teu sono e teu descanso.
E sou também capaz de tecer fios,
Pra te trazer pra cá, pro meu remanso." (Magmah)
"Dentre pinceladas expressivas da vida
Sangro as profundezas de meu tédio
Entre rabiscos de algum mau [bem] dito poema." (Fernando A.)
"Na penumbra eu me guardava,
ausente das mãos nas tuas.
Teu olhar não me tocava,
tua voz não me atingia,
teus gestos nunca se abriam
nos gestos que eu esperava." (Liz)
ausente das mãos nas tuas.
Teu olhar não me tocava,
tua voz não me atingia,
teus gestos nunca se abriam
nos gestos que eu esperava." (Liz)
"Pesavam-me teus sorrisos
como sorrisos de pedra." (Liz)
"Pisando em diamantes
Meus pés sangraram
quando pisaram
no chão
coberto de tesouros.
Havia prata,rubi e ouro
havia também
diamantes
refletindo o que de antes
eu conhecia de bom.
Meu sangue coagulou
formando um imenso
emaranhado
de preciosidades
misturado
com essa coisa pessoal
de um pedaço da gente.
Mas o pés sararam
e novamente pisaram
todos os chãos desse mundo,
cicatrizaram, como toda a ferida
que hoje e fica escondida
bem aqui, na sola dos pés." (Elisabeth)
Meus pés sangraram
quando pisaram
no chão
coberto de tesouros.
Havia prata,rubi e ouro
havia também
diamantes
refletindo o que de antes
eu conhecia de bom.
Meu sangue coagulou
formando um imenso
emaranhado
de preciosidades
misturado
com essa coisa pessoal
de um pedaço da gente.
Mas o pés sararam
e novamente pisaram
todos os chãos desse mundo,
cicatrizaram, como toda a ferida
que hoje e fica escondida
bem aqui, na sola dos pés." (Elisabeth)
"Não vê que te rasgo?
Debaixo de lençóis de lupanares
E das mais imundas asas
Que sonham possuir tuas costelas" (Rita Medusa)
"O dia morre e o funeral
É a multidão de gente nas ruas
Apressadas por chegarem em casa
E sob a luz pálida da lua
Derramarem silenciosas lágrimas
De desejo reprimido e amargura." (André Espínola)
É a multidão de gente nas ruas
Apressadas por chegarem em casa
E sob a luz pálida da lua
Derramarem silenciosas lágrimas
De desejo reprimido e amargura." (André Espínola)
"Se a hipnose me leva tão lúgubre
Chovem velhas mordidas
Nas vísceras moribundas
Retorço o véu da teima
E escrevo urgências veladas
Sem força no punho
Com ponta de espada
E caule sonâmbulo" (Rita Medusa)
"As bolhas que eu soprava
com o fino canudo do mamoeiro,
tanto cuidado, tanta paciência
porque se o sopro saísse muito forte,
a bolha estourava no nascedouro
e uma cascata espumosa
escorria pelo meu queixo.
O sopro muito fraco
também não funcionava,
as bolhas subiam tímidas,
não chegavam a plenitude.
A medida exata.
Então iam elas coloridas e tremulas
com sua bela superfície transparente
refletindo a romã madura,
a nuvem.
Ficávamos intimas nos meus dias de gripe
prisioneiras no mesmo espaço do quarto.
Aumentava o perigo,
tantos objetos, móveis, eu subia na cama
para protegê-la com meu sopro.
Olha o armário! Sua tonta,
Olha a Janela! Não olhava,
tinha mil olhos e era cega
ficava no vidro um leve
circulo de espuma.
Salvei tantas,
e de repente tinha que destruí-las
quando corria atrás da bolha maior,
daquela mais perfeita.
Ficava olhando a espuma fria
escorrer no meu dedo." (Alexandre)
com o fino canudo do mamoeiro,
tanto cuidado, tanta paciência
porque se o sopro saísse muito forte,
a bolha estourava no nascedouro
e uma cascata espumosa
escorria pelo meu queixo.
O sopro muito fraco
também não funcionava,
as bolhas subiam tímidas,
não chegavam a plenitude.
A medida exata.
Então iam elas coloridas e tremulas
com sua bela superfície transparente
refletindo a romã madura,
a nuvem.
Ficávamos intimas nos meus dias de gripe
prisioneiras no mesmo espaço do quarto.
Aumentava o perigo,
tantos objetos, móveis, eu subia na cama
para protegê-la com meu sopro.
Olha o armário! Sua tonta,
Olha a Janela! Não olhava,
tinha mil olhos e era cega
ficava no vidro um leve
circulo de espuma.
Salvei tantas,
e de repente tinha que destruí-las
quando corria atrás da bolha maior,
daquela mais perfeita.
Ficava olhando a espuma fria
escorrer no meu dedo." (Alexandre)
"A morte no silêncio eu pressentia,
Nas insondáveis vagas da viagem
Em que parti ao sol daquele dia...
Fechei, soez, meus olhos à paisagem,
E sem palavras soube que morria.
Porém, o Verbo feito então imagem,
Ressuscitou-me para a poesia,
No lírico milagre da linguagem." (Eduardo)
"Sonho os dias
nos intervalos caídos
das melodias ansiosas,
chegadas atentas,
à espera
da gota
sobre o sulco da seca."(Flá)
nos intervalos caídos
das melodias ansiosas,
chegadas atentas,
à espera
da gota
sobre o sulco da seca."(Flá)
"Frenéticas venezianas batem, abertas e esquecidas,
trazendo-me sensações nunca dantes sentidas.
O infundado terror em desdém da razão zombava,
enquanto eu, para mim mesmo, falava e falava:
“Tolo que sou! Tolo! Já ouvi ruídos iguais!
Deve ser apenas visita inconseqüente.
É só isto, e nada mais."(Wilson R.)
"Ainda não acabei o Faulkner pelo princípio simples de que não dá pra ler um bêbado estando bêbado. Já tentei de tudo e continuo um merda. Sexta-feira vou à macumba. Das duas uma: Nietzche errou feio ou eu confundi autodestruição com degradação pura e simples.
Uma cartela de Rhoypnol e ainda nada de Deus. Já improvisei uma forca no lustre da sala: três e quinze, quando a Lídia chegar, chuto a cadeira e me enforco bem a tempo de ser salvo. Perigo real só se o lustre cair - tudo desabando por aqui. Um grito por atenção - o clichê, conhece?" (Juliano Guerra)
Uma cartela de Rhoypnol e ainda nada de Deus. Já improvisei uma forca no lustre da sala: três e quinze, quando a Lídia chegar, chuto a cadeira e me enforco bem a tempo de ser salvo. Perigo real só se o lustre cair - tudo desabando por aqui. Um grito por atenção - o clichê, conhece?" (Juliano Guerra)
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Fonte: Bar do Escritor
Autores: Escritores, que postam seu trabalho na comunidade "Bar do Escritor"
2 comentários:
olha só que bacana!
Essa iniciativa do Ricardo de fazer esse caldeirão de fragmentos de obras dos autores do Bde comoveu a todos,incusive a mim,genial,legal vocês trazerem para cá...
Parabés a todos
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