Eu sou um navegante
Perdido em pleno alto mar.
A tripulação abandonou-me
Quando descobriu
Que o capitão
Não sabia navegar.
É noite.
E a solidão
Nesses momentos é maior.
Não tem como disfarçar.
Numa cidade tem-se a certeza
De solidão compartilhada
Mesmo com televisão
E luzes acesas
Em todas as casas.
O oceano se confunde
Com o céu negro e sem nuvens,
Iluminados apenas por lâmpadas
Pequeninas e distantes.
Não tenho bússola em mãos,
Muito menos sei usar
As constelações lá em cima
Para me guiar.
Devo escolher meu norte
N'algumas dessas estrelas
Que parecem dar todas
À mesma sorte.
Vejo qual brilha.
E escolho a estrela mais bonita.
André Espínola
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